No século XIX, os europeus vitorianos eram fascinados pelos haréns do oriente. Os ricos da Europa começaram a fazer turismo sexual pelo Norte da África, então colonizado por ingleses e franceses. Foram organizados grandes bordéis com todos os tipos de coisas que eram proibidos pela moral cristã. Nestes lugares eram prostituídos escravos de ambos os sexos, uma vez que a escravidão ainda não tinha sido abolida. Havia uma grande variedade de raças, vindas de todos os lugares do agonizante Império Turco, do Egito, do Magreb e da África subsaariana.
O escritor francês Gustave Flaubert, antes do escandaloso sucesso de Madame Bovary, resolveu se afastar da França e, em 1848, partiu para uma viagem a Tânger, tendo passado 2 anos viajando pelo Norte da África. Durante essas viagens, passou a frequentar esses bordéis para estrangeiros, tendo descrito suas aventuras minuciosamente em seu diário. Tinha preferências por adolescentes de 14 a 16 anos, de ambos os sexos. Como resultado deste tour adquiriu material para escrever seu romance "Salambô" e vários contos, além de uma bela sífilis.
No Egito, Flaubert conheceu a jovem dançarina especialista na chamada "dança da abelha", ancestral do nosso striptease, Kuchuk Hanem e a comprou como escrava sexual. Kuchuk, que era turca ou armênia, serviu Flaubert durante cerca de um ano. Sobre ela, Flaubert escreveu inúmeros contos e poemas. Muitos escritores europeus que a conheceram, como George Curtis, também escreveram sobre ela. Kuchuk se tornou o modelo da "odalisca" na mente ocidental. Ainda hoje, quando alguém se fantasia de odalisca está, mesmo sem saber, se inspirando nas descrições que Flauber fez de Kuchuk Hanem.
Flaubert voltou para a Europa em 1851, deixando Kuchuk no Egito. Ela, graças à fama que lhe deu o antigo dono, passou a ser uma das principais "atrações turísticas" do país. Nenhum europeu culto ia ao país do Nilo sem que fosse ver Kuchuk fazer sua "dança da abelha". A ex-escrava de Flaubert passou a ser protegida pelo sultão do Egito, tendo sido uma das principais atrações artísticas durante a abertura do Canal de Suez, em 1869. Aparentemente, Kuchuk morreu em 1870.
Marie tb é cultura!!!
ResponderExcluirBjks
Obrigado por mais um raio de luz.
ResponderExcluirbeijo
J
Ótimo post!!! Gosto muito de seu blog :)
ResponderExcluirBeijos