Meu amor submisso

Meu Dono, meu Senhor,
O amor que o Senhor me desperta é completamente submisso, imenso em intensidade, silencioso, mas não menor em extensão. É definido em cor e poesia, mesmo na dor e na humilhação. Minhas demonstrações de submissão são os presentes que Lhe ofereço recheados com sentimentos de profunda obediência, de reverência e respeito. Mesmo não tendo Sua presença, amplia-se em Sua ausência.
Meu amor submisso tem formas sutis no encontro das texturas da Sua pele com a minha, do ficar com o gosto da Sua boca e do Seu cheiro entranhados, como que marcados a ferro em brasa. Tem a compreensão antecipada do que Lhe agrada em Seus silêncios, captados na percepção do Seu olhar por vezes doce, por vezes severo, e que aumentam meu prazer em obedecê-Lo, temperando minha carne com Seu espírito.
Esse amor submisso é a valorização do meu melhor, é a relação da minha parte salva com a Sua que também se salvou. Vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, para agora, vive do que foi criado em dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados mas cheios de sementes.
Meu amor submisso não pede, não reivindica, não exige, só oferece. Existe para Lhe fazer feliz. Cresce na verdade e basta-se com o que recebe. Mesmo sendo incompleto, é pleno em cada segundo, e se transforma em infinito. É feito de compreensão, música e mistério. É forma sublime de me fazer madura na forma madura de ser sublime criança, de ser pura cadela, escrava que Lhe pertence. É nítido, mas suave. Como sol de outono, é luminoso, sem ofuscar. Delicado, mas definido. Discreto, mas constante e certo. Meu amor submisso cresce a cada momento, se expandindo em horizontes sobre horizontes, por mares, vida afora enquanto me quiser...
Imploro-Lhe, meu Dono, receba minha sincera humildade, minha irrestrita submissão, minha vida em Suas mãos... sou Sua escrava...